quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

FELIZ NATAL



Senhores e senhoritas,


NATAL vem do latim natale, natal, declinação de natal, natalis, relativo ao nascimento. Natal era o nome de um deus romano que presidia ao nascimento de cada pessoa. Segundo Deonísio da Silva, as festas de Natal, a principal celebração do Ocidente, comemoram o nascimento de Jesus, ocorrido por volta do ano 5 a.C.


O Natal já foi comemorado em outras datas:

- 20 de março,;

- 28 de maio;

- desde o século IV, 25 de dezembro.


NUNCA SE SOUBE, PORÉM, NEM O ANO, NEM O MÊS, NEM O DIA EXATO EM QUE JESUS NASCEU.


Apesar de não haver uniformidade quanto à data, desejo a todos os meus alunos um feliz natal!

domingo, 16 de novembro de 2008

ASPECTOS DE SEMÂNTICA: FUVEST 2009


Senhores e senhoritas,

Vejam o sentido de:


I - NEM


Usado com valor de ADIÇÃO. Quando?
... Supõe, antes, uma oração negativa. substitua-o por “E NÃO”
Exemplo: Lula não fez nem deixou que fizessem.

Usado como REFORÇO. Quando?
... Vem reforçando pelas expressões “MESMO, SEQUER...”
Exemplo: Não houve alegria, como sempre, nem um sorriso tímido.

Usado com valor de ALTERNÂNCIA. Quando?
... Vem repetido.
Exemplo: Não se desvie, nem para o PSDB, nem para o DEM.

Usado com valor de CONCESSÃO. Quando?
... Indica idéia de “MESMO QUE
Exemplo: Não serei petista nem morto. (mesmo que esteja morto)


II - Sentido de “MAIS


Usado para indicar REFERÊNCIA: “Mais quero um asno que me leve...”

Usado para indicar INTENSIDADE: “Lula chorou mais depois que Dirceu caiu

Usado para indicar TEMPO. Quando?
.... Possui o sentido de “JÁ”
Exemplo: Lula venceu, os corruptos não aparecem mais. (já não aparecem)

Pode também indicar NEGAÇÃO: Não falo mais deste caso.

Usado para indicar SUPERIORIDADE: Lula está mais bonito que FHC.

Usado para indicar ADIÇÃO: Dois mais dois são quatro?


III - Sentido de “POIS
Usado para dar EXPLICAÇÃO. Quando? Valor de porque.
Exemplo: Amemos o Brasil, pois a vida é breve.

Usado para indicar CAUSALIDADE. Quando? ... Substitua-o por “JÁ QUE”
Exemplo: Lutemos, pois a corrupção surgiu de novo.

Usado para indicar CONCLUSÃO. Quando? ...Valor de Portanto.
Exemplo: Pensamos, existimos pois.

domingo, 12 de outubro de 2008

INTERPRETAÇÃO DE TEXTO NA FUVEST



Senhores e senhoritas,


As provas dos melhores vestibulares, como Fuvest, Unicamp e Vunesp, vêm dando ênfase à compreensão e análise de textos. Em geral, as provas contemplam tipos de textos diversos, como os jornalísticos, os literários, as tiras em quadrinhos e publicitários. Tal diversidade requer do vestibulando o domínio da competência textual. Assim sendo, como se compreende um texto?


Muitos pensam que, quando lemos, vamos unindo uma palavra com a outra e com isso captamos a informação. Ora, o significado não é computado somente através dos elementos explícitos. Para que você entenda um texto, deve construir uma lógica que relaciona as informações apresentadas, deve elaborar as pontes de sentido que liguem as várias informações. Há, pois, aquilo que você vai acrescentar ao texto(seus conhecimentos extras) ao que vem dito literalmente. Essas informações, fornecidas pelo leitor, servem para criar lógica no texto. São essenciais para a compreensão daquilo que o autor quer comunicar.


Isto equivale dizer que não basta apenas interpretar a linguagem verbal, é preciso ser capaz de captar o sentido da não-verbal; não é suficiente entender um texto e seus subentendidos, é preciso conseguir relacioná-lo com outros textos e com conhecimentos prévios. Para isso, você deve desenvolver leitura diversificada com a prática da análise detalhada, da comparação, da crítica, da avaliação.


MEU ALUNO PRECISA SABER: um texto não coloca todas as informações de que o leitor necessita para compreendê-lo. Assim, como o vestibulando constrói as pontes de sentido do texto?

a) com conhecimento prévio;

b) com conhecimento da realidade;

c) com conhecimento do assunto que remete a expectativas e inferências.


Enfim, para compreender um texto não basta conhecer a língua ou a gramática. Necessita, antes, de expectativas que lhe permitem fazer inferências. É algo fora da gramática. Como fazer inferências? Aguarde o próximo BLOG AULA.


segunda-feira, 29 de setembro de 2008

100 ANOS SEM MACHADO DE ASSIS




Vejamos a crônica de 4 de julho de 1883, publicada na seção “Balas de Estalo”, em que o cronista elabora um conjunto de regras para os usuários dos bondes do Rio de Janeiro:
“O correu-me compor umas certas regras para uso dos que freqüentam bonds. O desenvolvimento que tem sido entre nós esse meio de locomoção, essencialmente democrático, exige que ele não seja deixado ao puro capricho dos passageiros. Não posso dar aqui mais do que alguns extratos do meu trabalho; basta saber que tem nada menos de setenta artigos. Vão apenas dez.

Art. I – Dos encatarroados
Os encatarroados podem entrar nos bonds com a condição de não tossirem mais de três vezes dentro de uma hora, e no caso de pigarro, quatro.
Quando a tosse for tão teimosa, que não permita esta limitação, os encatarroados têm dois alvitres: - ou irem a pé, que é bom exercício, ou meterem na cama. Também podem ir tossir para o diabo que os carregue.
Os encatarroados que estiverem nas extremidades dos bancos, devem escarrar para o lado da rua, em vez de fazerem no próprio Bond, salvo caso de aposta, preceito religioso ou maçônico, vocação, etc.,etc.

Art. II – Da posição das pernas
As pernas devem trazer-se de modo que não constranjam os passageiros do mesmo banco (...)

Art. III – Da leitura dos jornais
Cada vez que um passageiro abrir a folha que estiver lendo, terá o cuidado de não roçar as ventas dos vizinhos, nem levar-lhes os chapéus. Também não é bonito encostá-los no passageiro da frente.

Art. IV – Dos quebra-queixos
É permitido o uso dos quebra-queixos em duas circunstâncias: - a primeira quando não for ninguém no bond, e a segunda ao descer.

Art. V – Dos amoladores
Toda pessoa que sentir necessidade de contar os seus negócios íntimos, sem interesse para ninguém, deve primeiro indagar o passageiro escolhido para uma tal confidência, se ele é assaz cristão e resignado. No caso afirmativo, perguntar-se-lhe-á se prefere a narração ou uma descarga de pontapés. Sendo provável que ele prefira os pontapés, a pessoa deve imediatamente pespegá-los...

Art. VI – Dos perdigotos
Reserva-se o banco da frente para a emissão dos perdigotos, salvo nas ocasiões em que a chuva obriga a mudar a posição do banco. Também podem emitir-se na plataforma de trás, indo o passageiro ao pé do condutor, e a cara para a rua.

Art. VII – Das conversas
Quando duas pessoas, sentadas a distância, quiserem dizer alguma coisa em voz alta, terão cuidado de não gastar mais de quinze ou vinte palavras...
Art. VIII – Das pessoas com morrinha
As pessoas com morrinha podem participar dos bonds indiretamente: ficando na calçada, e vendo-os passar de um lado para outro. Será melhor que morem em rua por onde eles passem, porque então podem vê-los mesmo da janela.

Art. IX – Da passagem às senhoras
Quando alguma senhora entrar, o passageiro da ponta deve levantar-se e dar passagem, não só porque é incômodo para ele ficar sentado, apertando as pernas, como porque é uma grande má-criação.

Art. X – Do pagamento
Quando o passageiro estiver ao pé de um conhecido, e, ao vir o condutor receber as passagens, notar que o conhecido procura o dinheiro com certa vagareza ou dificuldade, deve imediatamente pagar por ele: é evidente que, se ele quisesse pagar, teria tirado o dinheiro mais depressa”[1].
[1] Facioli, Valentim. Ob.cit. p.98

sábado, 27 de setembro de 2008

RECURSO ESTILÍSTICO DO ARTIGO



Senhores e senhoritas,


Como sabem, o artigo é uma palavra pequenina, de aparência quase insignificante, porém de grande valor expressivo. Senão vejamos.


I- Camões, grande sonetista português, morreu pobre.


II- Camões, o grande sonetista português, morreu pobre.


As duas frases possuem igual valor? Não.

O artigo, na segunda frase, possui o efeito de lançar sobre a expressão mais visualidade e mais familiaridade. É como se você dissesse: Camões, o grande poeta que nós todos conhecemos e estimamos, morreu pobre".


Vejam outro exemplo.


I- Ernaldicas ensina modernos processos de gramática.

II- Ernaldicas ensina os modernos processos de gramática.

Qual é o sentido de I e II?

Em I, queremos significar que Ernaldicas ensina alguns processos modernos de gramática. Em II, que ensina todos esses processos. No primeiro caso, a omissão do artigo conferiu à frase um sentido partitivo; já no outro, o emprego do artigo trouxe um sentido totalitário.


Vejam, abaixo, outros exemplos:

I- O HOMEM É CORRUPTO.

II- O HOMEM É NORMAL.

III- HOMEM NÃO É O MESMO QUE DIZER HERÓI NEM SANTO.


Em I, refiro-me a determinado indivíduo. Refiro-me ao homem especificamente.

Em II, veiculamos a referência ao homem como um todo: todos os homens são mortais.

Em III, ocorre ênfase a uma idéia qualitativa. Como se disséssemos: as fraquezas do homem nem sempre fazem dele um herói ou um santo.


Não se esqueça de que o Vestibular veiculou exercício cujo conteúdo versava sobre o texto "Ele é o homem/eu sou apenas uma mulher"

domingo, 21 de setembro de 2008

OS DEZ MANDAMENTOS REVISITADOS


Senhores e senhoritas,


É importante retomar o texto bíblico a fim de que entendamos o título. Em Êxodo,2-.1-17, encontramos o decálogo original: I- Não terás outros deuses diante de mim; II- Não pronunciarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão; III- Lembra-te do dia do sábado, para santificar; IV- Honra a teu pai e a tua mãe; V-Não matarás; VI- Não cometerás adultério; VII-Não furtarás; VIII-Não dirás falso testemunho contra o teu próximo; IX-Não cobiçarás a casa do teu próximo;X - Não cobiçarás a mulher do teu próximo.


O título sugere que repensemos a expressão "Dez Mandamentos" a fim de que entendamos a marcha de nossa civilização. Torna-se necessário, pois, elaborar conduta de pensamento acerca de alguns temas que norteiam nossa era, entre eles, os recursos do planeta, o retorno do nacionalismo violento, o retorno de uma mentalidade etnocêntrica e, sobretudo, o conceito de "vizinhança".


Assim sendo, voltemo-nos ao decálogo para os nossos dias:


1. Conservarás o meio ambiente.

2. Não agredirás a Terra.

3. Não agredirás teu vizinho.

4. Não praticarás limpeza étnica.

5. Não usarás armas nucleares como método de força política.

6. Não esquecerás os crimes contra a humanidade do século 20.

7. Não colocarás o teu país acima das pessoas.

8. Não presumirás que tua comunidade ocupa o centro do universo.

9. Não presumirás que o Vestibular é a única saída.

10. Tratarás a todos como bons vizinhos.

domingo, 7 de setembro de 2008

A REDAÇÃO NA UNESP


Senhores e senhoritas,


A prova de redação da UNESP pretende avaliar, por meio da dissertação, a competência comunicativa do candidato. Vejam, a seguir, os critérios de correção aplicados pela Banca:


1) Linguagem: deve ser culta, revelando vocabulário diversificado.

2) Progressão temática: evitem a prolixidade, a repetição de idéias. Assim, se na tese ocorre a apresentação do assunto, cabe, pois, demonstrar, no desenvolvimento, argumentos que comprovem a pertinência da tese. A conclusão funcionará como um arremate das idéias apresentadas.

3) Coerência: as idéias selecionadas para compor o texto devem harmonizar-se entre si, complementando umas as outras. A falta de nexo ocorre quando não existe essa combinação.

4) Coesão - A harmonia e o equilíbrio do texto são garantidos através das relações estabelecidas entre as idéias e os parágrafos da dissertação.

5) Clareza - um texto confuso é produto de um raciocínio justamente confuso. As idéias devem ser dispostas de modo claro e organizado, a fim de que, numa única leitura, seja possível entender o texto.

6) Ortografia: exige-se obediência às regras gramaticais.


OBSERVEM, A SEGUIR, O COMENTÁRIO SOBRE A PROPOSTA DE REDAÇÃO DE 2007 A QUESTÃO DO IDOSO NO BRASIL.


Como nos anos anteriores, a Banca Examinadora ofereceu diversos textos ao aluno. Neles, o aluno deveria basear-se para adotar um posicionamento em relação ao "problema dos idosos".

Qualquer que fosse a tese, o vestibulando deveria reconhecer um surpreendente aumento da expectativa de vida no Brasil, país que, de acordo com especialistas, não estaria preparado para lidar com o envelhecimento de sua população por ser considerado tradicionalmente um "país jovem". Dessa forma, seria apropriado registrar o descaso - tanto das autoridades quanto da sociedade em geral - com o idoso, considerado ainda como um "obstáculo" - seja pelas inevitáveis limitações da velhice, seja pela falta de recursos financeiros.

Além de levar em conta o tratamento geralmente indigno dispensado a essa faixa etária, o aluno poderia mencionar algumas tentativas de mudança, refletidas em programs voltados para a "melhor idade" - um eufemismo simpático para classificar a "terceira idade". Caberia, contudo, questionar a eficácia de ações governamentais que não se fizessem acompanhar de uma mudança na maneira como cada um de nós, crianças, jovens e adultos, enxergamos os mais velhos.


TEMAS ANTERIORES:


- O BRASIL NO ESPAÇO: PRÓS E CONTRAS;

- O SENTIMENTO DO CIÚME EM NOSSAS RELAÇÕES;

- TERRA PARA TODOS: UTOPIA OU SONHO POSSÍVEL?

- NINGUÉM SERÁ SUBMETIDO A TORTURA NEM A PENAS OU TRATAMENTOS CRUÉIS, DESUMANOS OU DEGRADANTES;

- O SISTEMA DE COTAS PARA NEGROS NAS UNIVERSIDADES BRASILEIRAS;

- OS ESTRANGEIRISMOS NA LÍNGUA PORTUGUESA;

- A ESCOLA E A VIDA - O QUE É IMPORTANTE APRENDER;

- A VERDADE OU A MENTIRA: UMA QUESTÃO DE CONVENIÊNCIA?

sábado, 30 de agosto de 2008

POSIÇÃO DO TERMO E ALTERAÇÃO DE SENTIDO


Senhores e senhoritas,


Observem os dois enunciados que seguem:


I - No restaurante tem uma pessoa para tirar a casca de tomate.

II - No restaurante tem uma pessoa para tirar a casca de tomate.

Em I, a palavra atinge a expressão "tem uma pessoa", dando a entender que é pouco para tanto serviço.


Em II, a palavra atinge a expressão "tirar a casca de tomate", indicando que o trabalho é tanto, que exige uma pessoa exclusivamente (só) destinada àquela função.


Outrossim, a palavra "só", denotativa de exclusão, de acordo com a Nomenclatura Gramatical Brasileira, está a serviço do estilo e produz uma variação, senão vejamos:


"Ele só lê crônicas": entendemos que ele não escreve crônicas. A palavra "só" atinge a forma verbal "lê", isto é, só lê, não escreve. Entretanto, o enunciado "Ele lê só crônicas", entender-se-ia que ele não lê outro tipo de texto.


Dessa forma, o importante é buscar, na linguagem escrita, a expressão precisa, que não dê margem a uma segunda leitura.

domingo, 24 de agosto de 2008

INTERPRETAÇÃO: Competência para o ENEM


Senhores e senhoritas,


O certo é que a disposição das palavras na frase pode estar a serviço tanto da clareza do enunciado como da ênfase.

VEJAM: "olhos verdes" e "verdes olhos". Aparentemente, não há diferença entre as frases, pois ao substantivo "olhos" se apõe uma qualidade de cor. Todavia, é igualmente certo que a anteposição do adjetivo confere subjetividade à expressão.


Analisem a posição do pronome:

Para indicar idéia de posse, o pronome sempre aparece anteposto ao substantivo: "seus amigos". Entretanto, analisem estas expressões:

"Deus meu!"

"Filho meu, que coisa é essa!"

Percebam que os pronomes pospostos configura tom solene à expressão, que ganha ênfase.


Analisem, porém, outras expressões:

" Filha minha não casa com carcamano"

"Aluno meu não erra esse exercício"

Observem, pois, que a ausência do artigo antes do substantivo garante tom de generalização. Não se trata de um aluno em particular, mas de qualquer um deles. Então, a posposição nem sempre confere solenidade à formulação.


Enfim, expliquem as diferenças de sentido em:

I- "Minhas lembranças são importantes a todos".

II - "Lembranças minhas são importantes a todos".


I- "Você viu minhas fotografias?"

II - "Você viu fotografias minhas?"


domingo, 17 de agosto de 2008

POLISSEMIA: COMPETÊNCIA PARA O ENEM



Senhores e senhoritas,





Fala-se em "polissemia" a propósito dos diferentes sentidos de uma mesma palavra. Ela se opõe à homonímia: para que haja polissemia, é preciso que haja uma só palavra; para que haja homonímia, é preciso que haja mais de uma palavra.


Além das palavras, a polissemia afeta a maioria das construções gramaticais: um bom exemplo é o chamado "aumentativo" dos nomes: se pensarmos nas razões pelas quais alguém poderia ser chamado de RICARDÃO, em vez de RICARDO, encontraremos explicações como "porque é alto", "porque é grande", "porque é um grosseiro", "porque é desajeitado" e até mesmo "porque é uma pessoa com quem todos se sentem à vontade". Normalmente é difícil dizer até que ponto vale cada uma dessas explicações. Da idéia de tamanho passa-se à idéia de um certo modo de ser e de relacionar-se.


VEJA:

É possível dizer, em português brasileiro, "cabeça de alfinete, cabeça de dedo (em algumas regiões), cabeça de um prego, cabeça de alho..." O que há, em comum, entre esses usos da palavra "cabeça"?

FAÇA o mesmo raciocínio para estas outras palavras:

xadrez (jogo); xadrez (tecido); xadrez (carceragem).

cebolinha (legume); cebolinha (peça do motor do automóvel)

gravata (golpe de luta livre); gravata (peça de roupa).


É certo que achar as coisas boas ou ruins depende de quem acha; não menos certo é que depende também do que queremos fazer com elas. Pense na seguinte situação, e responda à pergunta:

SITUAÇÃO:

1. você vai ao baile de formatura.

2. você vai passear na praia.

3. você vai a um churrasco e sabe que o dono da casa, um folgado, vai encarregá-lo de tomar conta da churrasqueira.

4. você vai fazer inscrição no primeiro ano de faculdade, e sabe que os veteranos vão aplicar-lhe um trote.

O QUE VEM A SER UMA BOA ROUPA?


Enfim, tente imaginar o maior número possível de sentidos diferentes com que alguém poderia dizer cada uma destas frases:

"Fiz um provão!"

"É um mulherão"

"Esta é a minha casinha"

"Puxa, que carrão!"

"Foi um golaço!"


domingo, 10 de agosto de 2008

COESÃO TEXTUAL: COMPETÊNCIA PARA O ENEM


Senhores e senhoritas,


Um texto bem redigido apresenta perfeita articulação de idéias, obtida por meio do encadeamento semântico (sentido) e do encadeamento sintático (mecanismos que ligam as palavras e as orações). As palavras cuja função é estabelecer conexões são: conjunções, preposições, pronomes e até mesmo advérbios. Conheça a função que tais elementos exercem no texto:


I- PRIORIDADE,RELEVÂNCIA: em primeiro lugar, antes de mais nada, sobretudo...

II- TEMPO, DURAÇÃO: então, enfim, logo, logo depois, imediatamente, em seguida, afinal...

III- SEMELHANÇAS, COMPARAÇÃO: igualmente, da mesma forma, por analogia...

IV- CONDIÇÃO, HIPÓTESE: se, caso, eventualmente...

V- ADIÇÃO, CONTINUAÇÃO: além disso, por outro lado, também, e, não só...mas também...

VI- DÚVIDA: talvez, provavelmente, possivelmente, quiça, quem sabe, se é que...

VII- CERTEZA, ÊNFASE: por certo, certamente, indubitavelmente, sem dúvida...

VIII- ESCLARECIMENTO: por exemplo, isto é, quer dizer, a saber, ou seja...

IX- INTENÇÃO, FINALIDADE: com o fim de, a fim de, com o propósito de, para que...

X - LUGAR, PROXIMIDADE: perto de, próximo a, próximo de, mais adiante, além...

XI- RESUMO, CONCLUSÃO: em suma, em síntese, em conclusão, dessa forma...

XII - CAUSA, CONSEQÜÊNCIA: por conseqüência, por conseguinte, por causa de, pois...

XIII- CONTRASTE, OPOSIÇÃO: pelo contrário, exceto, menos, contudo, se bem que...

XIV- ALTERNATIVA: ou...ou, ora...ora, quer...quer,seja...seja, nem...nem (...)


ERNALDICANDO: Indique a frase na qual o elemento de conexão está adequadamente empregado:

a) A menos que os traficantes fiquem impunes, o tráfico de drogas não será eliminado.

b) O número de assaltos vem crescendo espantosamente, uma vez que a polícia tem agido com um rigor cada vez maior nas investigações desses crimes.

c) Não obstante haja na tevê aberta diversos programas educativos, o público prefere os apelativos.

d) A despeito da alta taxa de desemprego no país, o brasileiro continua a duvidar da política atual.

e) Na África, as tribus hutus e tutsis, embora sejam inimigas, vivem em constante conflito.

domingo, 3 de agosto de 2008

VARIAÇÕES LINGÜÍSTICAS: Competência para o ENEM


Senhores e senhoritas,


Variações Lingüísticas: Existe um grande número de fatores (como o grupo social, a idade, o sexo, o grau de instrução, etc.) que interferem na maneira individual que o falante tem de se expressar. Dessa forma, compreendemos o item "variações lingüísticas".


Grosso modo, podemos considerar a existência de três tipos gerais de variações:


I- VARIAÇÃO SOCIOCULTURAL: grupo social ao qual o falante pertence;

II- VARIAÇÃO GEOGRÁFICA: região em que o falante vive durante um certo tempo;

III- VARIAÇÃO HISTÓRICA: tempo (época) em que o falante vive.


VARIAÇÃO SOCIOCULTURAL:

Falante 1: "- Eles ficou por fora porque não foi nas aula"

Falante 2: "-Eles não entenderam nada porque não foram às aulas".

O falante 1 faz parte de uma classe economicamente mais pobre da sociedade.

O falante 2 representa aqueles que tiveram melhores possibilidades sociais e econômicas e, por isso, freqüentaram a escola.


VARIAÇÃO GEOGRÁFICA: sotaques diferentes.

- Vacê trôxe rede?

- Não.

-Curchuádo?

-Também não.

-E cuberta?

-Também não trouxe.


VARIAÇÃO HISTÓRICA

- Ai flores, ai flores do verde pino, Pino = pinheiro.

se sabedes novas do meu amigo? Sabedes = sabeis

Ai, Deus, e u é? U = onde; É = está.


Enfim, as variações de uma região para outra recebem o nome de VARIAÇÕES DIATÓPICAS. As variações de um grupo social para outro são chamadas de DIASTRÁTICAS: "Pô, Erundina, massa!". As variações de uma situação de comunicação para outra são denomindas VARIAÇÕES DIAFÁSICAS: uma conversa com amigos num bar permite uma linguagem bem informal. As variações de uma época para outra são chamadas DIACRÔNICAS.


ENEM: As variantes lingüísticas devem ser adequadas à identidade de quem as utiliza e, quanto ao uso, há de se verificar o grau de coerência (uma personagem não pode usar uma variante e, na mesma situação, utilizar outra muito diferente; por exemplo, ora fala na variante gaúcha, ora na carioca). A mistura pode ser feita desde que se tenha um grau elevado de conhecimento da língua, a fim de saber como combiná-las.



sábado, 26 de julho de 2008

VALE A PENA SABER : PONTUAÇÃO


Senhores e senhoritas,


Aulas 39 a 41: Vírgula


Ela serve para indicar as quebras de ligação na estrutura da frase.

Usamo-la:


1. Entre vários sujeitos: Rubião, Zico, Zuca saíram apressados.


2. Entre vários objetos: Pediu-me que fugisse, que lutasse, que voltasse.


3. Entre orações coordenadas assindéticas: Vim, vi, venci.


4. Em orações adjetivas explicativas: O homem, que é racional, foi criado por Deus


5. Em orações subordinadas apositivas: A notícia, de que você voltaria, espalhou-se.


6. Em orações intercaladas: Os pobres, disse Jesus, sempre estarão convosco.


7. Para separar nas datas os nomes da localidade: Marília, 27 de julho


8. Para indicar omissão de termo (zeugma): Os valentes levaram as dores, e os venturosos, os prêmios.


9. Para separar elementos explicativos: isto é; a saber; ou melhor; ou seja (...)


10. Para separar vocativo: Pai, afasta de mim este ...


CASOS ESPECIAIS:


I- Vírgula antes de "e". Note a diferença.

Sou professor e feliz.


Os filhos vão à guerra, e as mães choram.


II- Vírgula antes de "mas"

Vá aonde quiser, mas avise antes.

Vá aonde quiser, porém avise antes.

Vá aonde quiser, avise, porém, antes.


III - Vírgula em "pois"

Estude, pois a prova é difícil.

Ele é teu pai. Respeita-lhe, pois, a vontade.


IV - Gerúndio.


Só use vírgula se o gerúndio possuir valor de O.C. ADITIVA


"O plano do governo Lula veio para ajudar a economia, acabando com a inflação".

(e acabou com a inflação)

ERNALDICANDO: EM VEZ DE USAR "e mais verbo" use "vírgula mais gerúndio"


observações:


a) Não use vírgula antes de gerúndio com valor de O.S.ADV.FINAL.

Sempre escreve ao pai pedindo mais dinheiro.


b) Não use vírgula antes de gerúndio com valor de adjunto adverbial de modo.

Ela leva a vida cantando. Subiu a escada correndo.


Enfim, não se esqueça de que diante da ORDEM INVERSA a vírgula é necessária.



Veja a diferença de sentido em:


Feirante 1: OLHA A LARANJA GOSTOSA!

Feirante 2: OLHA A LARANJA, GOSTOSA!


sexta-feira, 25 de julho de 2008

VALE A PENA SABER: LOCUÇÕES.


Senhores e senhoritas,


O Termo "locuções" pode ser facilmente entendido como o conjunto de duas ou mais palavras com o valor de uma só.

Na tradição da língua, encontramos:

1-Locução verbal: Estou esperando a promessa.

2-Locução adjetiva: Amor de mãe...

3-Locução pronominal: Qualquer um sairá.

4-Locução adverbial: Sair às pressas...

5-Locução interjetiva: Pelo amor de Deus! estude.

6-Locução prepositiva: Depois de você...

7-Locução conjuntiva: A fim de sermos felizes....


Assim sendo, qual é o correto?


"Ao mesmo tempo que" ou "Ao mesmo tempo em que"?

APRENDA COM MACHADO DE ASSIS:


"Melhor é ir logo para alguma universidade, e, ao mesmo tempo que estuda, viaja"


"Traz a idéia do ímpeto, do sangue, da disparada, ao mesmo tempo que a da serenidade com que o torna ao caminho reto, e por fim à cavalariça"


"Este inesperado reforço deu alma aos Canjicas, ao mesmo tempo que lançou o desânimo às fileiras da legalidade".



Próximo tópico: Locuções Adjetivas.


sexta-feira, 11 de julho de 2008

MACHADO DE ASSIS EXPLICA GILMAR MENDES!


Senhores e senhoritas,

As crônicas de Machado de Assis são carregadas de atualidades. Senão vejamos.
Crônica de 26 de novembro de 1893


"Tudo isto me cansa, tudo isto exaure. Este sol é o mesmo sol, debaixo do qual, segundo uma palavra antiga, nada existe que seja novo. A lua não é outra lua. O céu azul ou embruscado, as estrelas e as nuvens, o galo da madrugada, o burro que puxa o bonde, o bonde que leva a gente, a gente que fala ou cala, é tudo a mesma coisa. Lá vai um para a banca da advocacia, outro para o gabinete médico, este vende, aquele compra, aquele outro empresta, enquanto a chuva cai ou não cai, e o vento sopra ou não; mas sempre o mesmo vento e a mesma chuva. Tudo isto cansa, tudo isto exaure (...)"


Como vem a explicação?

Elementar, meu caro aluno!

Tudo isto me cansa! tudo isto me exaure.


Agora, veja:


-Daniel Dantas é levado à carceragem da PF

-Daniel Dantas é liberto da carceragem da PF

- Juiz manda prender

- Ministro manda soltar


TUDO ISTO ME CANSA. TUDO ISTO ME EXAURE.


Um ministro.... UM BURRO QUE PUXA O BONDE!


Voltemos a Machado de 1893:


"Tal era a reflexão que eu fazia comigo, quando me trouxeram os jornais. Que me diriam eles que não fosse velho?...Os próprios diários são decrépitos".

ATUALIZAÇÃO DE MACHADO DE ASSIS

SENHORES E SENHORITAS,

Vamos conversar com Machado!
A princípio, observemos o cotidiano do cronista!

Vejamos a crônica de 4 de julho de 1883, publicada na seção “Balas de Estalo”, em que o cronista elabora um conjunto de regras para os usuários dos bondes do Rio de Janeiro:
“O correu-me compor umas certas regras para uso dos que freqüentam bonds. O desenvolvimento que tem sido entre nós esse meio de locomoção, essencialmente democrático, exige que ele não seja deixado ao puro capricho dos passageiros. Não posso dar aqui mais do que alguns extratos do meu trabalho; basta saber que tem nada menos de setenta artigos. Vão apenas dez.
Art. I – Dos encatarroados
Os encatarroados podem entrar nos bonds com a condição de não tossirem mais de três vezes dentro de uma hora, e no caso de pigarro, quatro.
Quando a tosse for tão teimosa, que não permita esta limitação, os encatarroados têm dois alvitres: - ou irem a pé, que é bom exercício, ou meterem na cama. Também podem ir tossir para o diabo que os carregue.
Os encatarroados que estiverem nas extremidades dos bancos, devem escarrar para o lado da rua, em vez de fazerem no próprio Bond, salvo caso de aposta, preceito religioso ou maçônico, vocação, etc.,etc.
Art. II – Da posição das pernas
As pernas devem trazer-se de modo que não constranjam os passageiros do mesmo banco (...)
Art. III – Da leitura dos jornais
Cada vez que um passageiro abrir a folha que estiver lendo, terá o cuidado de não roçar as ventas dos vizinhos, nem levar-lhes os chapéus. Também não é bonito encostá-los no passageiro da frente.
Art. IV – Dos quebra-queixos
É permitido o uso dos quebra-queixos em duas circunstâncias: - a primeira quando não for ninguém no bond, e a segunda ao descer.
Art. V – Dos amoladores
Toda pessoa que sentir necessidade de contar os seus negócios íntimos, sem interesse para ninguém, deve primeiro indagar o passageiro escolhido para uma tal confidência, se ele é assaz cristão e resignado. No caso afirmativo, perguntar-se-lhe-á se prefere a narração ou uma descarga de pontapés. Sendo provável que ele prefira os pontapés, a pessoa deve imediatamente pespegá-los...
Art. VI – Dos perdigotos
Reserva-se o banco da frente para a emissão dos perdigotos, salvo nas ocasiões em que a chuva obriga a mudar a posição do banco. Também podem emitir-se na plataforma de trás, indo o passageiro ao pé do condutor, e a cara para a rua.
Art. VII – Das conversas
Quando duas pessoas, sentadas a distância, quiserem dizer alguma coisa em voz alta, terão cuidado de não gastar mais de quinze ou vinte palavras...
Art. VIII – Das pessoas com morrinha
As pessoas com morrinha podem participar dos bonds indiretamente: ficando na calçada, e vendo-os passar de um lado para outro. Será melhor que morem em rua por onde eles passem, porque então podem vê-los mesmo da janela.
Art. IX – Da passagem às senhoras
Quando alguma senhora entrar, o passageiro da ponta deve levantar-se e dar passagem, não só porque é incômodo para ele ficar sentado, apertando as pernas, como porque é uma grande má-criação.
Art. X – Do pagamento
Quando o passageiro estiver ao pé de um conhecido, e, ao vir o condutor receber as passagens, notar que o conhecido procura o dinheiro com certa vagareza ou dificuldade, deve imediatamente pagar por ele: é evidente que, se ele quisesse pagar, teria tirado o dinheiro mais depressa”140.

ULTRAPASSE A GRAMÁTICA DO BAIXO CLERO

Senhores e senhoritas,

Lembre-se de que não há anistia gramatical.

O desprezo à norma culta pode ser o caminho da exclusão.

Ler bons autores para dominar melhor as estruturas da língua é uma prática útil.

Dessa forma, veja:
1h por dia de:
- Graciliano Ramos;
- João Ubaldo Ribeiro;
- Luís Fernando Veríssimo;
- Machado de Assis;
- Millor Fernandes.

Agora, aproveite as férias!

A pomba e o menino

Outro dia, avistei um menino pálido, descalço, sem camisa e pernas finas, desses que vemos todos os dias no Brasil. Ao cruzar uma avenida movimentada e perigosa, dessas que ameaçam todos os passantes da rua, avistou uma pomba que ciscava à beira de uma árvore sem folhas, dessas que sofrem a consequência da crise ambiental.
De repente, tomou uma pedra e a lançou em direção à pomba; acertou-a; a asa esquerda pendeu ao chão. Ela ameaçou um vôo, mas tão somente conseguiu debater-se diante do enorme muro na sua frente. O muro sempre surge diante das dificuldades da vida. Se não fora a pedrada, a pomba não buscaria o muro. O muro, a pomba, a pedra, o menino, a morte, a vida, o barulho dos carros, a poluição, as buzinas, o muro, a pedra, o menino, a asa caída.
Um carro passou; outro, mais outro. O menino olhava o carro e a pomba; a pomba e o carro; a pedra e a pomba. Outra asa é atingida. O muro insensível, mostrava-se duro e longo; longo e duro é o martírio.
A pomba? arrastava-se sobre o pesado muro; asas arriadas, arcadas e caídas. O menino, a pequena distância. O perigo sempre se mostra a curta distância. Outra pedrada; erra o alvo; ainda há vida; a pomba se arrasta vagarosamente sob o olhar implacável do longo e teso muro.
Mais uma pedrada; acerta-a; outra; mais outra; outra mais. O alvo é prontamente atingido. Segue-se um minuto de observação metafísica...outra pedrada....outra....

quarta-feira, 25 de junho de 2008

USP TERÁ 265 NOVAS VAGAS (2009)

Veja as novas graduações

1.Medicina Veterinária: 60 vagas, em período integral, em Pirassununga (SP);
2. Astronomia: 15 vagas, em período integral, (SP);
3. Engenharia de biossistemas: 60 vagas, período integral, em Pirassununga;
4. Educação Física: 60 vagas, período integral, em Ribeirão Preto (SP);
5. Bacharelado em estatística: 40 vagas, período integral, São Carlos (SP)

Outrossim, foram abertas vagas nos cursos de Engenharia de produção mecânica, oferecido em São Carlos, em período integral. Serão 50 vagas.

Dessa forma, a USP passou de 10.302 vagas para 10.557.

sábado, 5 de abril de 2008

L,UM,I,N,US,R,Ã,X,ÃO,PS + DITONGOONS


ERNALDICANDO 1

MONOSSÍLABOS PODEM SER:
Os MONOSSÍLABOS podem ser:
a) ÁTONOS Palavras com apenas uma sílaba, átona.
Podem ser:artigos: o, a, os, as, um, unspronomes pessoais oblíquos: me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhespronome relativo: quepreposições: a, com, de, porcombinações e contrações de preposição: ao, do, da, no, à, na, das, dos, nos, nasconjunções: e, mas, ou, se, nem, pois, que

b) TÔNICOSPalavras com apenas uma sílaba, tônica.
Podem ser:substantivos: flor, sol, maradjetivos: mau, má, bomverbos: pôr, dá, dê, vipronomes: nós, vós, tu, mim, tiadvérbios: cá, lá

1. ACENTUAM-SE OS MONOSSÍLABOS TÔNICOS TERMINADOS EM:
A(S) cá, dá, má, já, vá, Brás, gás, más, pás, vás.E(S) crê, dê, fé, lê, Lé, pé, ré, sé, crês, dês, mês, pés, rês, vês.O(S) dó, mó, nó, pó, só, mós, nós, cós, pôs, pós, sós.
Observação: São também acentuadas as formas verbais terminadas em a, e, o, tônicos, seguidas de lo(s), la(s).
Por exemplo:em a >> dá-lo, fá-lo-ás, fá-los-ás.em e >> vê-lo, tê-los, tê-las-íamos.em o >> pô-la-ão, pô-lo-emos, pô-los.





2- ACENTUAM-SE OS OXÍTONOS TERMINADOS EM:
A(S) cajá, vatapá, jacá, Pará, quiçá, dará, Satanás, aliás, ananás, atrás.E(S) café, rapé, sapé, você, através, pontapés, cafés, cortês, português, freguês, japonês, francês.O(S) paletó, cipó, mocotó, dominó, avô, compôs robô, vovô, avós, cipósEM(ENS) também, ninguém, vinténs, Jerusalém, além.
Observação: São também acentuadas as formas verbais terminadas em a, e, o, tônicos, seguidas de lo(s), la(s).Por exemplo:em a recuperá-lo, cortá-lo, animá-las, acompanhálos- íamos.em e vendê-lo, fazê-las, conhecê-los-íamos, convencê-los.em o dispô-las, propô-los, compô-lo, repô-la-emos.

3. PAROXÍTONAS - LUMINUSRÃXÃO OS+DITONGOONS.
Palavras cuja sílaba tônica é apenúltima: escola, retorno, bisteca, afável.
L- ágil, amável, fácil, hábil, cônsul, desejável, útil, nível, têxtil, móvel, níquel, túnel, horrível, volúvel
N - éden, hífen, pólen, abdômen, cânon, líquen, sêmen, Nélson, Wílson, alúmen
R - caráte r, revólver, éter, vômer, mártir, âmbar, açúcar, cadáver, néctar, repórter
X -tóra x, fênix, ônix, Félix, cóccix, córtex, códex, bórax, sílex, látex
PS - bíceps, fórceps, Quéops
Ã(S) - ímã, órfã, ímãs, órfãs
ÃO(S) - órfão, órgão, bênção, sótão, órfãos, órgãos, bênçãos
I(S) -júri, cáqui, beribéri, táxi, dândi, lápis, grátis, oásis, miosótis
ON(S) - próton, elétrons, nêutrons
ÔO(S) - abençôo, corôo, vôo, vôos
UM(UNS) - médium, álbum, memorândum, médiuns, álbuns, memorânduns
US - bônus, vírus, múnus, Vênus
DITONGOS - Áurea, azáleas, marmórea, argênteo, errôneo, terráqueos, ígneo, ânsia, boêmia, calvície, espécie, imundície, cárie, barbárie, pátios, lábios, amêndoa, Páscoa, mágoas, nódoa, contígua, espáduas, tênues, bilíngüe, árduo





4. ACENTUAM-SE TODOS OS PROPAROXÍTONOS:
Exemplos: abdômenes, aeródromo, árvore, biológico, cálido, cátedra, ênclise, fonógrafo, hidrômetro, hífenes, hipódromo, infinitésimo. lêssemos, mesóclise, morfológico, parêntese, sinédoque, têmporas, Verônica.

5. ACENTUAM-SE OS DITONGOS ABERTOS TÔNICOS:
ÉI anéis, atéia, européia, papéis, assembléia, epopéia, estréia, idéia, traquéia, fiéis, Galiléia, hebréia, CoréiaÉU céu, troféu, véu, ilhéu, incréu, mausoléu, solidéu, réus, chapéus, xexéu, fogaréu, povaréuÓI alcalóide, heróico, jibóia, anzóis, faróis, apóio, rouxinóis, corrói, esferóide, jóia, ovóide, asteróide

6. EMPREGA-SE TREMA NOS GRUPOS GÜE, GÜI, QÜE, QÜI, DESDE QUE O “U” SEJA PRONUNCIADO E ÁTONO:
Exemplo:freqüência, eloqüência, freqüente, eloqüente, seqüestro, tranqüilo, qüinquagésimo, qüingentésimo, eqüino, ubiqüidade, delinqüir, agüentar, ensangüentado, lingüeta, ungüento.Observações:a) Compare com: guerra - guitarra - quente - quilob) Se o u for pronunciado e tônico, teremos: averigúe - argúi - obliqúe

7. ACENTUAM-SE O “I” E O “U” 2as VOGAIS TÔNICAS DOS HIATOS QUANDO FORMAM SÍLABAS SOZINHOS OU COM “S” E NÃO SEGUIDOS DE –“NH”:
Exemplo:ruína, raízes, países, faísca, doía, egoísmo, egoísta, saída, suíço, ateísmo, baía, Avaí, caída, aí, Jacareí, Pirajuí, juízo, cafeína, Icaraí, Grajaú, balaústre, reúne, saúde, ataúde, Jaú, Anhangabaú, viúva, baú, baús, viúvos.Observação: Não se deve acentuar, portanto: raiz, paul, ruim, ruins, rainha, moinho, tainha, ainda, juiz, Coimbra, ruindade, Raul, cair, cairdes.

8. USA-SE O ACENTO DIFERENCIAL NAS PALAVRAS: (ENQUANTO O LOBO NÃO VEM)
pôde (passado)
≠ pode (presente)
pôr (verbo)
≠ por (preposição)
pára (verbo)
≠ para (preposição)
côa(s) (verbo)
coa(s) (=com a(s))
pêra (subst.)
≠ pera (preposição)
pólo (subst.)
≠ polo (contração arcaica)
pêlo (subst.)
≠ pelo (contração)
péla (verbo e subst.)
≠ pela (contração)
pélo (verbo)
≠ pelo (contração)

9. ACENTO EM FORMAS VERBAIS:
SINGULAR
PLURAL
OCORRE EM
ele tem
eles têm
verbos ter ele vem eles vêm e vir
ele vem
eles vêm
ele crê
eles crêem
verbos crer, dar, ler, verele lê eles lêem e derivados:ele vê eles vêem descrer, desdar, reler etc.
ele dê
eles dêem
ele lê
eles lêem
ele vê
eles vêem
ele intervém
eles intervêm
verbos derivados de ter e vir
ele mantém
eles mantêm



ESCREVA CORRETAMENTE

.
Usos da letra “S”
1) todas as formas do verbo por e do verbo querer são sempre grafadas com a letra “s”, mesmo que o som seja com "z", por exemplo:
Verbo por
Verbo querer
ele pôs / eu pus / pusemos / se ele puser
ele quis / eles quiseram / quando eles quiser
2) os verbos derivados de substantivos cujo radical já possui a letra "s”análise > analisar / paralisia > paralisar / aviso > avisar / piso > pisar
3) sufixos:
a) dos adjetivos indicativos de procedência – ense:Paraná + ense > paranaense
b) dos adjetivos indicativos – oso:teima + oso > teimosoprazer + oso > prazeroso
c) dos adjetivos pátrios e com idéia de participação - es e esa:burgo >burguês > burguesacampo>camponês > camponesa
d) na formação do feminino de vários substantivos – esa:príncipe > princesabarão > baronesaduque > duquesa
e) sufixo isa:sacerdote > sacerdotisapoeta > poetisa
f) sufixos de origem grega como ase, ese ise, ose:catequese / ênclise / osmose / metamorfose
4) no final de sílabas iniciais ou interiores de algumas palavras (quando não for precedido da vogal "e"):misto / mistura / justaposição
5) em substantivos derivados de verbos com terminação em ter / dir/ der:prender > pre + esa > presadefender > defe+ esa > defesapretender > preten + são > pretensãocompreender > compreen+são > compreensãodistender > disten+ são > distensãoestender > exten+são > extensãoascender > ascen+são > ascensãoinverter > inver+são > inversãoexpandir > expan+são > expansão
6) em substantivos derivados de verbos com terminação em giremergir > emer+ são > emersãoespargir > espar+so (adjetivo) > esparsosubmergir > submer+so (adjetivo) > submersoconvergir > conver+são > conversão
7) em substantivos derivados de verbos que se formaram pelo conjunto das letras pel:impelir > impulso > impulsãoexpelir > expulso > expulsãorepelir > repulso > repulsãopulso > pulsão
8) em substantivos derivados de verbos com cor (transforma-se em cur):correr > curso > cursivoincorrer > incursão > excursão
9) os substantivos derivados de verbo com sent (transforma-se em sens):sentir > senso > sensívelconsentir > consenso
Usos da letra do dígrafo "ss"
(dígrafo são duas letras com um único som)
1) nos verbos com terminação em ter / tir / dir/ der / mir:aceder > acessíveladmitir > admissívelagredir > agressãoceder > cessão
2) quando o prefixo termina em vogal + verbo que começa em "s":re+surgir > ressurgirpre+sentir > pressentira+sossegar > assossegar
3) com o sufixo íssimo (superlativo):caro + íssimo > caríssimodigno + íssimo > digníssimoexcelente + íssimo > excelentíssimo

Usos da letra "Ç"
1) nos substantivos derivados de verbos com terminação ter, ir, er, mir (a terminação permanece, mas perdem o "r” e, em muitos casos, ganham "m”):Abster > abs-ten- ção > abstençãoater > aten-ção > atençãoconter > con-ten-ção > contençãodeter > de-ten-ção > detençãoextinguir > extin-ção > extinçãoobter > obten-ção > obtençãoObservação: remir > remição = resgatar, liberar >>> diferente da homófona <<<> remissão = resistência, indulgência
2) quando o verbo termina em "ar" o substantivo se escreve com "ç":falar> falaçãoreputar > reputaçãoimportar > importaçãodivulgar > divulgaçãoadotar > adoção
3) em todos os vocábulos de origem tupi ou africana:paçoca / miçanga / araçá / Iguaçu / caçula
4) em todos os vocábulos de origem árabe:açúcar / açucena / açafrão / muçulmano
5) quando houver sufixos nominais (próprios dos substantivos) com terminação: aça, aço, iça, uça, uso e anca:barcaça / ricaço / sumiço / armação / fiança / convalescença
6) quando o "t" substituído por "c" ou por "ç":absorto > absorçãoalto > alçar > realçarato > ação > acionarcanto > cançãoexecutar > execuçãorelatar > relação > relacionartorto - torção - distorção – contorçãoObservação: extorsão

O dígrafo "sc"
Usado em termos eruditos, enquanto a letra "c" é usada nas formas populares e nas formações comuns:
Formas populares:conhecer / falecer / parecer / amadurecer
Formas eruditas (muitas palavras permaneceram com o modo erudito de grafia)intumescer / convalescer / rescindir / abscesso / acrescentar / acréscimo / adolescência / ascensão / ascendente / consciência / crescer / nascer

Usos da letra "x"
1) com som de "s":aproximar / auxílio / contexto / expectativa / explanar / expiar / explicar / têxtil / inexperiência
2) com som de "z":exagero / exames / exato / exemplo / exausto / exaurir / execução / executar / exigir / inexato / êxodo / exótico
3) com som de "ks":anexo / asfixiar / complexo / conexo / crucifixo / dislexia / léxico / perplexo / tóxico
4) com som de "ch":
caixa / desleixado / elixir / enxergar / enxugar / mexer / paixão / lixo / luxúria / praxe / taxa / relaxar / vexame / taxativo / rixa
5) grafado com "xc", mas com som de “s”:exceção / excelência / excedente / exceto / excitação
6) depois de “me” : mexer/ mexerica/ exceção: mecha.
7) depois de "en": enxofre/ enxurrada/ enxoval/ EXCEÇÕES: ENCHER/ENCHAPELAR/ENCHOURIÇAR/ENCHARCA/....


Usos da letra "z"
1) com os sufixos:
a) "ez" "eza" na formação de substantivos abstratos:altivo > altivezmacio > maciezbelo > belezasurdo > surdezsingelo - singeleza
b) "izar" na formação de verbos e substantivos
fiscalizar > fiscalizaçãoorganizar > organizaçãocolonizar > colonizaçãohumanizar > humanizaçãovalorizar > valorização
Observação: sem o sufixo "izar", o verbo pode ser com "s" ou com "z"pesquisa > pesquisaraviso > avisarjuízo > ajuizar etc.
2) temos "z" nas terminações az, ez, iz, oz e uz:capaz / faz / traz / feliz / atriz / foz / luz /cruz
3) nos diminutivos e derivados que apresentam uma consoante de ligação, a consoante é representada pela letra "z”:
pai+inho > paizinho (diminutivo)rei+inho > reizinho (diminutivo)café > cafezal (palavra derivada)
Observação: quando a palavra de base termina em "s", essa letra se mantém:lapis+inho > lapisinhochinês > chinesinhosisudomesa > mesinha > mesada
4) palavras com a consoante “c” entre vogais:ácido – azedodécimo- dezena
5) palavras com a terminação "triz":atriz / diretriz / embaixatriz / matriz
6) palavras de origem árabe:azar / azeite / chafariz / algoz
7) derivados que na base já se escreve a letra "z":baliza > balizadoraiz > enraizarrazão > arrazoarjazer > jazigo


Usos da letra “j”
1) em palavras de origem latina:jeito / majestade / hoje / cerejeira
2) em palavras de origem tupi-guarani, africana ou árabe:jibóia / jirau / alforje
3) nas formas derivadas em que já existe a letra “j”:lisonja > lisonjearloja > lojistapegajososrijeza > rijo
4) nas terminações "age":laje / traje / ultraje
5) vocábulos com “j”:adjetivo / objeção / berinjela / objetivo / projeção / ojeriza / pajé / injeção / cafajeste / hoje / jibóia
Usos da letra “g”
1) em palavras de origem latina ou grega que já possuíam a letra “g”:agir / falange / frigir / gesto / tigela
2) em palavras de origem árabe que já possuíam o “g”:álgebra / ginete / girafa / giz
3) nas terminações: agem, igem, egem, ugem, ege e oge:malandragem / vertigem / ferrugem / herege /Exceções: laje
4) nas terminações: ágio, égio, igio, ógio e úgio:estágio / relógio / refúgio
5) nos verbos terminados em ger e gir:eleger / proteger / fingir
6) depois da letra "r" antes:
submergir / divergir
Exceções : palavras que já tenham o "j" no radical, ex: alforje
7) derivadas de outras palavras que se escrevem com a letra "g":fugir = afugentarferrugem = ferrugentoExceções: rijo = rígido = rigidez
8) palavras que iniciam com a letra “a”:ágil - agente - agitar - aborígine, argila
Usos da letra "h"
(essa letra não representa fonema, não tem um som determinado)
1) no início da palavra:herói / hipótese / homem
2) no início ou no final das interjeições:ah! / hein! / oh! / bah!
3) no interior de palavras integrando um dígrafo (duas letras que produzem apenas um som):chá / chuva

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Padre Vieira: 400 ANOS.

400 ANOS DO “IMPERADOR DA LÍNGUA PORTUGUESA...


...assim lhe chamou Fernando Pessoa. Sobre António Vieira, nascido há 400 anos, apenas há que recordar (muitas vezes) a fulgurante luz das suas palavras que atravessam os séculos. Mesmo que já não o ouçamos na solenidade de uma Igreja, continuamos a calar-nos ante um génio que conheceu, como poucos, as especificidades de Portugal e dos portugueses.
Do Sermão a Santo António que, por doença, Vieira não chegou a pregar em Roma, a 13 de Junho de 1672«Em chegando aos horizontes da Lusitânia, ali se afogam os raios, ali se sepultam os resplendores, (...) Um vereis privado com a infâmia do governo, outro preso e morto em um hospital, outro retirado e mudo em um deserto, e o melhor livrado de todos, o que se mandou sepultar nas ondas do Oceano, encomendando aos ventos levassem à sua Pátria as últimas vozes com que dela se despedia: Ingrata pátria, non possidebis ossa mea!»
Do Sermão da 3ª quarta-feira da Quaresma, pregado na Capela Real, em 1651«Se os vossos serviços são mal premiados, baste-vos saber que são bem conhecidos. Que importa que subais mal consultados dos ministros, se estais bem julgados da fama? Que importa que saísses escusado do tribunal, se o tribunal fica acusado. (...) Se serviste a pátria, que vos foi ingrata, vós fizestes o que devíeis, ela o que costuma. O servo não recebe utilidade do seu serviço, porque é obrigado a servir: e assim há-de servir quem serve generosamente. (...) Quem fez o que devia, devia o que fez; e ninguém espera paga de pagar o que deve. Se servi, se pelejei, se trabalhei, se venci, fiz o que devia ao rei, fiz o que devia à pátria, fiz o que me devia a mim mesmo: e que se desempenhou de tamanhas dívidas, não há-de esperar outra paga. (...) Quem mais é, e mais pode, mais deve.
Os reis podem dar títulos, rendas, estados; Mas ânimo, valor, fortaleza, constância, desprezo da vida, e as outras virtudes de que se compõe a verdadeira honra, não podem. (...) Lembre-se o capitão e soldado famoso de quantos companheiros perdeu, e morreram nas mesmas batalhas, e não se queixam. Os que morreram, fizeram a maior fineza, porque deram a vida por quem lha não pode dar».