domingo, 10 de fevereiro de 2008

ARTE DE ESCREVER 1

É opinião comum, entre meus alunos, o fato de que a redação esteja entre as tarefas mais difíceis do vestibular. O certo é que a matéria 'redação' não tem a seu favor um programa pré-estabelecido, organizado sistematicamente, por meio de tópicos, como ocorre, por exemplo, em Biologia ou outra disciplina caracterizada pela predominância da logicidade. Não menos certo é mostrar que Escrever bem envolve a construção de um estilo próprio, uma forma pessoal de lidar com a linguagem. Assim sendo, a ausência de um método cartesiano para pensar a redação torna-se fator determinante e profícuo para a aprendizagem do aluno. A redação tem, pois, a seu favor o ato criativo e a liberdade de elaborar a escrita a serviço do pensamento.
Em redação, meu papel, como professor, resume-se em desafiar o aluno a se superar sempre e sempre, a buscar estilo próprio e sentir o prazer do próprio texto. Ensinar a escrever redação deixa de ser, portanto, uma tarefa positivista na qual imponho meu método de construção de texto, minha metodologia como uma caixa de ferramentas e instrumento inibitório da criatividade do vestibulando.
Em minhas aulas, o aluno perceberá a necessidade de interagir-se com, pelo menos, três competências que são avaliadas num exame de REDAÇÃO dos grandes vestibulares. Senão vejamos:
a) Apreensão do tema posto em discussão;
b) Organização do raciocínio crítico (ninguém escreve bem sem saber bem o que escrever);
c) Busca de um estilo próprio de produzir o texto.
Antes de verificar se meu aluno já domina a estrutura dissertativa, minha opção é ajudá-lo a pensar criticamente; organizar um texto cuja presença seja demarcada pelo julgamento crítico.
Assim, escrever é pensar no texto, porém pensar criticamente. Como exercitar o pensamento no papel? Como pensar criticamente?
Na próxima aula, falarei sobre o processo de formação do raciocínio crítico.