Senhores:
Investindo-me no cargo de presidente, quisestes começar a Academia Brasileira de Letras pela consagração da idade. Se não sou o mais velho de nossos colegas, estou entre os mais velhos. É simbólico da parte de nossa instituição que conta viver, confiar da idade funções que mais de um espírito eminente exerceria melhor. Agora que vos agradeço a escolha, digo-vos que buscarei na medida do possível corresponder à vossa confiança.”
TEXTO PROFERIDO NA INAUGURAÇÃO DA ABL 20/7/1897PEQUENO TEXTO E INFINIDADES DE INFORMAÇÕES E SUGESTÕES AO NOSSO TEMPO! OU NÃO!
Aqui se ensina o parágrafo perfeito; aprende-se a organizar o pensamento; colhe-se informatividade; REDAÇÃO ENEM; MEDICINA UNIMAR; MED FAMEMA! DIREITO UNIVEM! FUVEST/ UNICAMP. MELHORES NOTAS DE MARÍLIA E REGIÃO! CONFIANÇA E AMOR À EDUCAÇÃO! SER PROFESSOR: DIGNIDADE!
domingo, 3 de fevereiro de 2008
O jovem e Machado de Assis 3
O jovem tímido, como a própria vida do mestre, desceu seus lábios sobre a mão do escritor; Inclinou seu coração ao aconchego da mão do mestre que, à beira da morte, não mostrava angústia. Enquanto a mão do mestre tocava-lhe o peito, o capítulo XXVI de Esaú e Jacó invadia o quarto com a lição que selaria aqueles dois homens que calados se contemplavam: “Era a paz perpétua; mais tarde viria a perpétua amizade”. Na rua, alguém a perguntar: - Onde encontrar a sabedoria?
Respondia, com o coração ardente, -No quarto de Machado de Assis. E ao perguntarem sobre o que presenciou sobre a morte, não omitiu as palavras do cronista ao seu ouvido: “A monotonia é a morte. A vida está na variedade”(A SEMANA, 18/5/1893). Indagavam outros: - E a morte de Machado? Respondia:
–”Nem era morrer; era um gesto de chapéu, que se perdia no ar com a própria mão e a alma que lhe dera movimento. Um cochilo”
Eis a lição sobre a morte, a morte de Machado de Assis.
Respondia, com o coração ardente, -No quarto de Machado de Assis. E ao perguntarem sobre o que presenciou sobre a morte, não omitiu as palavras do cronista ao seu ouvido: “A monotonia é a morte. A vida está na variedade”(A SEMANA, 18/5/1893). Indagavam outros: - E a morte de Machado? Respondia:
–”Nem era morrer; era um gesto de chapéu, que se perdia no ar com a própria mão e a alma que lhe dera movimento. Um cochilo”
Eis a lição sobre a morte, a morte de Machado de Assis.
O jovem e Machado de Assis 2
Na noite em que faleceu Machado de Assis, um jovem desconhecido, ao entrar no quarto do doente, não emitiu palavras, lembrando a crônica do mestre de 13/12/1896, na qual o cronista dizia “eu poupo as palavras”; não viu uma paisagem fúnebre naquele quarto; antes, lembrou-se do cronista de “Uma Semana”, segundo o qual “só a beleza intelectual é independente e superior. A beleza física é irmã da paisagem”.
Enquanto alguns companheiros de Machado viam os últimos suspiros, o jovem tímido abstraía, pelo menos, duas lições fundamentais, a saber, a origem da sabedoria e a concepção de morte. Quanto à primeira, não percebeu ali uma sabedoria cunhada pelo Livro de Jó, isto é, proveniente do sofrimento; ao contrário, veio-lhe à mente as palavras em ‘Memorial de Aires, 24 de agosto de 1888′: “Tudo é fugaz neste mundo. Se eu não tivesse os olhos adoentados dava-me a compor outro Eclesiastes , à moderna, posto nada deva haver moderno depois daquele livro. Já dizia ele que nada era novo debaixo do sol”
Enquanto alguns companheiros de Machado viam os últimos suspiros, o jovem tímido abstraía, pelo menos, duas lições fundamentais, a saber, a origem da sabedoria e a concepção de morte. Quanto à primeira, não percebeu ali uma sabedoria cunhada pelo Livro de Jó, isto é, proveniente do sofrimento; ao contrário, veio-lhe à mente as palavras em ‘Memorial de Aires, 24 de agosto de 1888′: “Tudo é fugaz neste mundo. Se eu não tivesse os olhos adoentados dava-me a compor outro Eclesiastes , à moderna, posto nada deva haver moderno depois daquele livro. Já dizia ele que nada era novo debaixo do sol”
O jovem e Machado de Assis l
Na noite em que faleceu Machado de Assis, reuniam-se, na sala principal, alguns poucos nomes, entre os quais, Coelho Neto, Graça Aranha, Mário de Alencar, José Veríssimo, Raimundo Correia e Rodrigo Otávio.
Surpreendentemente, ouviram-se lentas pancadas na porta principal da casa. Abriram-na. Não era um grande nome da época. Um adolescente, aproximadamente 18 anos. Tímido. Não era conhecido por ninguém ali. Na verdade, não conhecia o próprio dono da casa, senão pela leitura de suas crônicas e outros textos. O certo é que o jovem foi conduzido por uma boa alma ao quarto do doente. Entrou. Não disse uma palavra. Simplesmente, ajoelhou-se. Tomou a mão do mestre; beijou-lhe ternamente. Em sinal de gratidão singular, levou-a mansamente ao peito. A mão do mestre tocou-lhe o peito juvenil. Sem dizer uma palavra, levantou-se e saiu. O mestre levou o encanto do rapaz, este carregou pelas ruas e pela vida o canto do mestre. José Veríssimo, comovido, perguntou-lhe o nome: Astrojildo Pereira. Um moço que estava representando todo o desejo de nossa geração.
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