Senhores e senhoritas,
A chuva e o vento me amarraram um pouco mais na cama. Agora, livre das amarras do destino, estou a pensar com Machado de Assis. Deparo-me com a comemoração da Independência. Recorda-me o primeiro encontro de Brás e Marcela. Justamente em 1822, durante as comemorações da independência.Vejamo-lo:
Capítulo XIV - a cena - "O primeiro beijo". Brás e Marcela se encontram "Vi-a no Rocio Grande, na noite das luminárias logo que constou a declaração da Independência, uma festa de primavera, uma amanhecer da alma pública ...teve duas fases a nossa paixão..."
Ora, como sabemos, Machado adora jogar luz irônica sobre os acontecimentos.
Depois do amor, a dívida. A separação de Brás e Marcela pode ser a alegoria entre Brasil e Portugal. Para tirar Brás de Marcela vieram o Pai de Brás e o clero. O acelerado processo de separação tornou-se resultado da ação de uma classe economicamente ameaçada. A situação entre os amantes tomava sérios contornos, exigindo rápida e eficiente intervenção, visto que começava a doer-lhe os bolsos.
Na Independência
"inclinou diante de mim a fronte pensativa, ou levantou para mim os olhos cobiçosos. De todas porém a que me cativou logo...foi uma dama...Marcela, a linda Marcela..."
Sim, para uma reflexão sobre a Independência, é pouco; mas para matar o tempo, sobra. Que a independência nos convida a pensar na Marcela...Sim.
Até mais!