Senhores
e senhoritas,
e senhoritas,
O ATO DE ESCREVER NÃO DEVE SER UM ATO SOLITÁRIO. ANTES, DEVE SER ENTENDIDO DA MESMA FORMA QUE SE DEFINE O ATO DE PENSAR
1- A primeira aula de metodologia na Faculdade de Filosofia Nossa Senhora Medianeira, ministrada pelo professor Mário Sérgio Cortella, oferecia-nos a seguinte proposição: COMO É POSSÍVEL PENSAR POR MEIO DO JÁ PENSADO?
Eu era um adolescente sempre perturbado com o problema da escrita e do pensamento. Permaneci em silêncio dominicano. O riso do professor invadia a paz dos alunos. E vinha outra manifestação: ONDE SE ENCONTRA O OBJETO QUE VOCÊ PROCURA?
2- Deixemos o passado. Miremos o vestibular e a necessidade de escrever bem. A nossa tese é a de que o ato de escrever se aproxima do ato de pensar. Mas como devemos pensar?
3- Pensar o que outros já pensaram constitui a ação de REPENSAR. Repensar é sempre pensar. O pensar é um ato que se fortalece na interação.
4- Conforme Kierkegaard, não há verdade verdadeira que não seja "subjetiva", isto é, "devorada canibalmente". Então, meu aluno, deve entrar em contato com o pensamento de bons autores a fim de apropriar-se deles.
"Ao lermos Platão ou Descartes, pensamos nós mesmos como Platão ou Descartes. Pensamos não apenas por eles, mas neles - pensamos simplesmente. É preciso conhecer, mas para pensar, e não conhecer por conhecer. Ao fim e ao cabo, é preciso que o pensamento repensado seja integralmente digerido, comido, integrado. É a isso que Nietzsche nos convida quando lamenta que tenhamos perdido a faculdade conservada pelas vacas: a de ruminar"
5- Dessa forma, a arte de escrever deve ser entendida como ensina Harold Bloom, isto é, a grande escrita é sempre reescrita. Para isso, devemos nos convencer da necessidade de conhecer os mais diversos gêneros textuais (carta, bilhete, conto, fábula, crônica, ensaio, dissertação, poema, receita, bula, descrições, narrações, sermões, discursos...), apreender sua estrutura íntima, identificar o modo como foram realizados e, finalmente, ruminar, incorporar esse modelo para a nossa maneira de escrever.
6- Escrever não é um ato vazio, isolado e irrefletido. Então siga as pegadas. Quem procura, acha.
Até mais!