quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

PARA VOCÊ GANHAR BELÍSSIMO ANO NOVO



Senhores e senhoritas,




Para ganhar belíssimo Ano Novo, não precisa fazer lista de boas intenções para arquivá-las na gaveta. Não precisa chorar arrependido pelas besteiras consumidas. Andemos com Machado de Assis: chegou um ano, que veio render o outro, montando guarda aos nossos sonhos, às nossas esperanças, à espera que venha rendê-lo outro ano, o de 2011, depois o de 2012, em seguida o de 2013, logo o de 2014, enfim ... 2109!



Que inveja tenho do escritor que houver de saudar o sol de 2109! Que belas cousas que ele há de dizer, erguendo-se na ponta dos pés, para crescer com o assunto, todo auroras e folhas verdes! Naturalmente, maldirá 2009, com seus problemas ambientais, econômicos e até enchentes para tirar a festa dos pobres. Por onde começará? Ora, os tropeços de 2009 não se camuflam; antes, saltam como colibri. Senão vejamos: O então diretor-geral do Senado, Agaciel Maia, escondeu da Justiça uma casa de R$ 5 milhões num dos pontos mais nobres de Brasília. Ora, de igual modo, escrever é sempre esconder algo de modo que mais tarde seja descoberto. Precisa ler Ítalo Calvino. A Polícia Federal deflagra a Operação Castelo de Areia na empreiteira Camargo Corrêa contra crimes financeiros e lavagem de dinheiro. O presidente do STF, Gilmar Mendes e o ministro Joaquim Barbosa bateram boca no plenário do tribunal. Recordemos Brás Cubas : Prudêncio, um moleque de casa, era o meu cavalo de todos os dias; punha as mãos no chão, recebia um cordel nos queixos, à guisa de freio, eu trepava-lhe ao dorso, com uma varinha na mão, fustigava-o, dava mil voltas a um e outro lado, e ele obedecia – algumas vezes gemendo –, mas obedecia sem dizer palavra, ou, quando muito, um “ai, nhonhô!” – ao que eu retorquia: – “Cala a boca, besta!”

O Conselho de Ética da Câmara decidiu substituir o deputado Sérgio Moraes (PTB), pois o deputado afirmara que "se lixava para a opinião pública". O ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) pediu desculpas por ter chamado grandes produtores rurais de “vigaristas”. Que ofensa! O senador Eduardo Suplicy (PT) desfilou pelos corredores do Senado trajando uma cueca vermelha e montou a pauta do Congresso dos militantes esquerdistas: Da política à cueca! Vocês querem mais, porém o gênero blog não comporta... tem saia justa. Apenas digo que 2009 está sob chuva ou dilúvio. É tanta água para que a sujeira seja lavada. O certo é que este dilúvio inunda os pobres, sobretudo os marginalizados.
2009 findou com dilúvio e dissensão climática. O clima mostrou-se extremo. Os homens estão a revisitar a arca de Noé. Deixemos 2009. Voltemos a Carlos Drummond de Andrade: Para ganhar um Ano Novo que merece este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo novo. É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre. Feliz Ano Novo.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

DE GUTENBERG AO TWITTER: INOVAÇÕES NA ESCRITA





Senhores e senhoritas,

Vamos pensar sobre  o  papel da escrita no mundo da internet?

Das tábuas de argila ao Twitter, a escrita conheceu profundas modificações. A Wikipédia, os blogs e o Twitter anunciam novos tempos e geram novos gêneros ao mundo da escrita. Como a cultura escrita está reagindo às diferentes inovações? Como o professor de redação pode enfrentar problemas ou se beneficiar das dádivas digitais?

Blogs e Twitter são novos gêneros de escrita. A norma culta, porém, ainda possui lugar no ciberespaço, pois muitas revistas científicas já são publicadas na web. Em tais publicações, espera-se o emprego da norma culta.

Não há dúvida de que ocorra um caráter novo da internet com o processo de comunicação. Entretanto, as mudanças da era digital ainda não superam as duas grandes revoluções no caminho da escrita, quais sejam, a revolução do códex, que criou as páginas e os livros e, de igual modo, a revolução da imprensa, democratizando o acesso a textos.

Enfim, muitos estudos surgirão sobre  esse assunto. Ainda será tema de redação em algum vestibular atento às mudanças do nosso tempo.
Até mais!

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

A RELEVÂNCIA DA COMUNICAÇÃO




Senhores e senhoritas,

Perguntaram-me  recentemente:

- Você vai viajar nessas férias?

Diante da  questão,  meus botões apresentaram-me tais respostas:

- "ãh, hã"
- "lógico"
- "sim"
- "vou"

Ouvi, porém, a conversa que se deu entre eles.

- Por que não respondeu simplesmente: Sim, eu vou viajar nessas férias?

- Ora, posso contar com o conhecimento prévio de meu interlocutor. Agora, deixa a gramática de lado e vamos comprar pão.

- Antes, analisemos  a  frase  'vamos  comprar pão'...

- Qual  é  o  problema?

- Os verbos 'vou + comprar'. Trata-se  de  uma  locução verbal.

-  Também  recebe  o  nome  de  Perífrase verbal.


- Sim, o 1º é  verbo auxiliar;  o 2º, um verbo de ação.

- Entretanto, posso interpretar  a  sentença como  uma  'intenção', isto é,  pretendo comprar?

- Sem dúvida. De igual modo,  como   um  tempo  futuro (comprarei). O fundamental é  que  essa diferença de respostas nos diz muito sobre o percurso de mudança na língua.

- Dessa  forma, podemos contar com o conhecimento de mundo do nosso interlocutor para a relevância  da comunicação. E quanto à mudança climática?

- Fica  para outro momento...