Senhores e senhoritas,
Cuidemos para que a leitura não caia na teia do senso comum. A expressão "leitura" sugeria logo a imagem de uma livraria silenciosa, com imagens de Platão ou de outro pensador ilustre, uma ampla poltrona almofadada, uma janela aberta sobre os aromas de um jardim; e neste recanto silencioso, um homem fino, erudito, saboreava linha a linha o seu livro num recolhimento quase amoroso. A ideia de leitura, hoje, lembra uma atividade que pode ser realizada em qualquer lugar em que estejamos. Na fila de um Banco, podemos encontrar alguém folheando páginas às pressas; no metrô, no ônibus ou na escadaria de algum colégio ou ainda no banheiro...podemos imaginar alguém à procura de algo para ler, pois os livros se dividem em duas classes: livros do momento, e livro de todo o momento.
Assim sendo, recomendo-lhes o livro "Crianças Vitimizadas: A Síndrome do Pequeno Poder", organizado por Maria Amélia Azevedo. Iglu Editora,212 páginas. Trata do silêncio sobre a violência das mazelas cotidianas. Uma multidão de crianças vitimadas pela miséria passou a ser reconhecida nas ruas dos grandes centros. O que se nota é a violência dos adultos sobre as crianças. Um espectro enorme de abusos físicos, sexuais e psíquicos a que as crianças têm sido submetidas é dissimulado pela privacidade e pelo poder patriarcal. É o caso da família NARDONI.
Não é arriscado alertar contra o INFANTICÍDIO uma vez que em 1981, entre os pacientes do Manicõmio Judiciário do Estado de São Paulo, a metade havia assassinado crianças e 90% destas mulheres atacaram seus próprios filhos. O livro pode ajudá-los a organizar o pensamento reflexivo sobre tal problemática que, infelizemente, atinge a moral de nossa época. Leiam!
Até mais.
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