Senhores e senhoritas,
Existe um riso que é mais interior, isto é, mais involuntário e cruel. Falemos desse tipo de riso que pode surgir na comunicação oral ou escrita.
Quando alguém diz a outrem alguma coisa, quer, em última instância, fazer aceitar o que está sendo dito. Para isso, vale-se de uma série de mecanismos. Vejamo-los:
- Dizer sem ter dito;
- Dizer menos para que se entenda mais;
- Dizer e afirmar não ter dito;
- Deixar subentendidamente claro o que não se disse;
- Revelar significados encobrindo-os...
1) Observem estes relatos
- Qual o vento que os cachorros mais temem?
- Furacão.
2) Na viagem, a mãe ajuda a filha, que está enjoada. O cavalheiro ao lado pergunta:
- Foi comida?
- Foi, mas vai casar, responde a mãe.
3) Mãe: - O menino precisa de uma enciclopédia para ir à escola.
Pai: - Que nada! Ele que vá a pé como eu sempre fui.
4) - Estou com vontade de 'brincar' com a Luiza Brunet de novo.
- O quê? Você já 'brincou' com ela?
- Não. Mas já tive essa vontade antes.
5) Criança na esquina, pedindo esmola e fumando. A madame, com pena, dá-lhe um trocado e pergunta:
- Por que você não está na escola, meu filho? O garoto responde:
- Não posso, tenho só quatro anos.
6) - AS DUAS OCORRÊNCIAS DE "RECEBER"
- Sua mãe tá aí? Você não vai receber?
- Receber por quê? Por acaso ela me deve alguma coisa?
7) A PRESSUPOSIÇÃO DO TERMO "MAIS"
-Preciso de um emprego. Tenho 10 filhos.
- E o que mais o senhor sabe fazer?
8) CERTAS OPINIÕES NÃO SE EXPLICITAM
A visita está saindo. A mãe pergunta ao filho, que está por perto:
- E o que é que a gente diz quando a visita vai embora?
- Graças a Deus!
Enfim, de que é que você está rindo?
Boas férias!